quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Espontaneidade

Dia desses, sentado num penhasco a beira-mar, na Ponta da Lagoinha em Búzios-RJ, vi um albatroz pousado no alto de uma pedra, com aquele olhar de iminência, fitando o mar e o imenso céu azul à sua frente. Fiquei pensando: em que momento, e o que leva este pássaro a tomar a decisão de alçar voo? O que o faz sair daquela posição de conforto e se jogar ao sabor do vento, dar uns voos rasantes bem rentes ao mar e depois voltar para o mesmo lugar e fitar novamente a imensidão azul, até que decide ir embora de fato. Acabei de ver um vídeo antigo, no qual minha sobrinha, que havia aprendido a andar há pouco tempo, corre à beira da praia, seguindo a água quando o mar recua e voltando desesperadamente quando as ondas se aproximam. Uma liberdade, uma inocência. O que passa pela cabeça de uma criança quando, sentada em algum lugar, decide correr, brincar, molhar os pés, sorrir. Achei que ela e o pássaro tinham tanto em comum. Em que momento da vida a gente perde essa espontaneidade? Essa liberdade?

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