Doralice e
Neves estavam casados há quase dez anos. Ele, professor universitário, doutor
em Linguística. Ela, revisora de textos na redação de um importante jornal. Tinham
um relacionamento daqueles que beiram a perfeição. Invejável. Gostavam muito
de viajar, conhecer novos lugares, novas culturas. Frequentavam bons
restaurantes. Adoravam música, cinema, teatro. Devoravam livros e mais livros. Assunto era o
que não faltava para eles. No entanto, há tempos o sexo vivia naquela pasmaceira.
Não era de hoje que precisavam dar uma apimentada nesse quesito.
—
Ai Neves, meu amor. Eu não vou conseguir.
—
Vai sim, Dorinha. Não custa nada tentar, vai?!
—
Pra você é tudo muito simples. Mas isso vai de encontro a tudo aquilo que prego
diariamente. Fere profundamente os meus princípios. Brincadeiras com a língua,
eu não admito.
—
Poxa, querida, entre quatro paredes, vale tudo!
Apesar da
insistência de Neves, Doralice mais uma vez colocou mil obstáculos e não
conseguiu realizar suas ideias sexuais mais recentes.
No dia
seguinte, durante a sessão da terapia, a revisora comentou com a sua analista:
—
Agora mais essa, Doutora. O Neves cismou com essa história. Insiste o tempo
todo nessa maluquice.
—
Relaxa, Doralice. Essa necessidade de associar dor e prazer é muito comum entre
os casais. Tente trazer isso de forma benéfica ao seu relacionamento.
Doralice
pensou no assunto o dia inteiro. Durante o almoço, decidiu comentar com
Marluce, sua melhor amiga, que, como de costume, foi muito prática e objetiva:
—
Ô Dora, pelo amor de Deus, né? Faz logo isso, criatura. Porque se você não faz,
vem outra e faz. Aí, eu quero ver!
—
Será, amiga? Será que ele é capaz de me trair por causa disso?
—
Vai pagar pra ver? Vai?
A ideia
ficou rondando sua cabeça o dia inteiro. Para ela, não era realmente simples. Não
se imaginava naquela situação. Porém, não via muita saída. Precisava testar. Agradar
o maridão.
—
Alô, querido. Sou eu, Dorinha. Já está em casa? Então se prepara que hoje vai
rolar.
—Hmmm.
Pode deixar comigo. Você não vai se arrepender, meu amor.
Doralice
chegou em casa, tomou um banho bem refrescante. Passou um óleo perfumado pelo corpo
inteiro e vestiu uma camisola de seda, bem sensual. Foi para o quarto e
encontrou com o Neves, que já estava deitado, esperando. Ela amarrou as mãos do marido
na cabeceira da cama com lenços e ameaçou:
—
É dor o que você quer sentir, meu amor? Não é?
—
É sim, minha delicinha. Acaba comigo, vai?
A mulher
ficou em pé sobre a cama, por cima das pernas do Neves, e quando começou a
baixar a alça da camisola, falou:
—
Então fica quietinho pra mim começar
a tortura!
Quando o
Neves percebeu o que sua mulher era capaz de fazer, ficou
imediatamente excitado. A Doralice foi perdendo a vergonha, ficando cada vez mais ousada, voluptuosa, a ponto de ser capaz de gritar em seu ouvido:
—
“Mendingo”, “mortandela”, “salchicha”, “rezistro”!
—
Isso meu amor, assim você me enlouquece — dizia o Neves, enquanto se contorcia
todo sobre o colchão.
A cada erro de concordância
nominal, ou de regência verbal, ou de emprego de pronome, que sua mulher cometia ao
seu ouvido, ele entrava em êxtase. Mal sabia ele
que o pior – ou o melhor, quem sabe? – ainda estava por vir.
Doralice,
já completamente nua, se debruçou sobre o corpo do marido e mandou o golpe mais
poderoso, a tacada fatal, sussurrando ao pé do ouvido do Neves:
—
Tá gostando, meu amor, ou prefere que eu “seje
menas” violenta?
Ao ouvir
isso, o Neves não se conteve de tanto prazer, puxou os braços com toda força, arrebentou
os lenços que o prendiam à cama, e foi pra cima da Doralice com um furor sem
precedentes.
Naquela
noite, os dois se amaram como nunca. E a Doralice só se arrependeu de não ter
cedido às loucuras do marido há mais tempo. Santa língua portuguesa!
Leia também:
Deixa eu te amostrar?
Norminha, curta e grossa!
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Norminha, curta e grossa!
Essa "titche de ingres" adorou!!!!
ResponderExcluirkkkkk, Lilian. Muito bom!
Excluirauhhuauhahuahuahuahuhauhuahuahuahu... incrível... amei!!!
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